O banco liderado por Paulo Macedo decidiu vender a participação de 59,81% que detém no Banco Comercial Atlântico (BCA) à Coris Holding, num processo que ainda aguarda pela aprovação das autoridades cabo-verdianas. A Caixa espera que fique fechado até ao final deste ano.
Desde 2019, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem tentado vender a sua participação no Banco Comercial Atlântico (BCA) sem sucesso. Somente em março deste ano é que o processo avançou, com o Governo a aprovar a minuta do acordo de venda direta da posição do banco estatal à Coris Holding. Em maio, foi assinado o acordo de compra e venda de ações, com o banco central de Cabo Verde sendo informado no dia seguinte, conforme explicado no relatório e contas referente ao primeiro semestre deste ano.
Em meados de julho, Óscar Santos, governador do Banco de Cabo Verde, afirmou que o pedido estava em análise pelo departamento microprudencial do banco central cabo-verdiano. A expectativa da CGD é que este processo seja concluído nos próximos meses, com a instituição financeira esperando arrecadar mais-valias da ordem dos 16 milhões de euros com essa alienação.
Na apresentação de resultados para o primeiro trimestre, Francisco Cary, administrador da Caixa, explicou que a oferta da Coris era a mais vantajosa em termos de preço e capacidade financeira. As outras ofertas foram apresentadas pelo IIBGroup Holdings, sediado no Bahrein, e pelo ganês First Atlantic Bank.
A Caixa pretende manter-se em Cabo Verde através do Banco Interatlântico, mesmo após a venda da sua participação no BCA. Enquanto isso, a CGD também busca alienar o Banco Caixa Geral (BCG) – Brasil, que é detido integralmente pela Caixa. No entanto, esse processo ainda não foi iniciado.
A CGD reafirmou a intenção de prosseguir com a venda do BCG Brasil, em vez de optar pela liquidação, considerando-a propensa a uma destruição de valor para o grupo no imediato. O processo de alienação do BCG Brasil foi condicionado pelo período de instabilidade política que afetou o país em 2018, resultando em atrasos na conclusão de diversas iniciativas. Em 2019, o Governo aprovou o caderno de encargos da venda direta das ações do BCG Brasil e selecionou três investidores, mas nenhuma oferta foi considerada aceitável pela CGD.
Em 2020, as iniciativas para encontrar potenciais interessados foram retomadas, porém, sem sucesso até o momento. O contexto de instabilidade político-econômica no Brasil e no mundo, agravado pela crise pandêmica e conflitos recentes, tem dificultado o processo de venda do BCG Brasil. A CGD continua empenhada em encontrar uma solução que atenda aos seus objetivos e aos melhores interesses do acionista.